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20 de março de 2025

TOTALENERGIES PLANEIA USAR HIDROGÉNIO VERDE BRASILEIRO EM REFINARIAS EUROPEIAS


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A TotalEnergies SE está a considerar importar hidrogénio verde de um projeto multibilionário em desenvolvimento no nordeste do Brasil para abastecer as suas refinarias europeias.


Uma empresa de energia francesa será a principal compradora de uma central planeada pela empresa brasileira de desenvolvimento de energias renováveis ​​Casa dos Ventos, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram para não ser identificadas porque as discussões são confidenciais. A TotalEnergies, que detém uma participação de 34% na unidade eólica e solar da construtora, também está a considerar uma participação direta no projeto, disseram fontes.


Segundo fontes, a TotalEnergies e a Casa dos Ventos ainda não tomaram uma decisão final sobre o negócio. Ambas as empresas não quiseram comentar.


O projeto, que será desenvolvido em várias fases no porto de Pecs, poderá atingir uma capacidade de eletrólise de 1,2 gigawatts, produzindo 160.000 toneladas de hidrogénio verde por ano. A produção de amoníaco verde, mais fácil de transportar do que o hidrogénio, pode chegar às 900 mil toneladas por ano, informa a Casa dos Ventos.


O hidrogénio verde tem sido promovido como um combustível essencial para um futuro com zero carbono porque é produzido pela divisão da água em moléculas de hidrogénio e oxigénio, utilizando energia renovável. No entanto, devido aos custos e às dificuldades tecnológicas, apenas alguns projetos de produção em grande escala chegaram à fase de construção.


O contrato com a TotalEnergies representará mais um passo no plano da petrolífera de reduzir as emissões de carbono ao substituir 500 mil toneladas de hidrogénio cinzento derivado de combustíveis fósseis, utilizado nos processos de refinação europeus, por hidrogénio verde até 2030.


A mudança para um combustível mais limpo, mas muito mais caro, deve-se ao imposto planeado pela União Europeia sobre as bombas de combustível que não cumprem as normas mais limpas, disse a empresa.


Até ao momento, a empresa assinou contratos para mais de 130.000 toneladas de hidrogénio verde a serem produzidas na Europa, e prevê-se que 70.000 toneladas sejam fornecidas pela Arábia Saudita sob a forma de amoníaco verde. A principal fábrica da Arábia Saudita em Neom, uma das maiores fábricas de hidrogénio verde do mundo, está avaliada em 8,4 mil milhões de dólares em 2023 e deverá entrar em funcionamento em 2026, com o objetivo de exportar até 1,2 milhões de toneladas de amoníaco verde por ano.


A Casa dos Ventos disse que planeia fornecer cerca de 3 gigawatts de energia eólica e solar para alimentar eletrolisadores que produzem hidrogénio “verde”. A Casa dos Ventos disse que o desenvolvimento de centrais de energia renovável e de uma central de hidrogénio verde pode envolver um investimento total de cerca de 5 mil milhões de dólares.


O Brasil está a tentar incentivar o investimento e lançar uma indústria de hidrogénio de baixo carbono, e aprovou recentemente uma lei muito aguardada que oferece alguns incentivos fiscais para projetos. A maior economia da América do Sul pode produzir o hidrogénio verde mais barato do mundo sem subsídios, de acordo com a BloombergNEF.


Um porto no estado do Ceará pode tornar-se o primeiro grande polo exportador de hidrogénio verde do Brasil; Outras empresas de energia, como a Fortescue, também estão a considerar construir centrais ali.


“A fábrica de hidrogénio verde do Pec será o principal projeto do Brasil para a exportação de hidrogénio”, afirmou a Casa dos Ventos em comunicado. A decisão final sobre o investimento na fábrica é esperada para o próximo ano, e as operações estão programadas para começar em 2029, disse a empresa.

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