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13/10/25

OS PREÇOS DO OURO E DA PRATA CONTINUAM A QUEBRAR RECORDES. O QUE SIGNIFICA?


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Os metais preciosos estão a subir apesar da instabilidade política. A 7 de outubro, o preço do ouro ultrapassou pela primeira vez os 4.000 dólares por onça troy. Dois dias depois, o preço da prata ultrapassou os 51 dólares por onça, quase atingindo o máximo de 1980.


A mais recente subida dos preços da prata ocorreu no meio da escassez do metal na Bolsa de Valores de Londres. A escassez foi desencadeada pela notícia da intenção dos Estados Unidos de impor tarifas sobre as importações de prata. Isto levou a um afluxo de prata para o país e a uma redução das reservas de prata do Reino Unido disponíveis para empréstimo. Juntamente com a prata, os preços do ouro e do paládio subiram, enquanto a platina, em contraste, desceu.


No último ano, o preço da prata subiu cerca de 70%, superando o do ouro, que subiu apenas 30%. A subida do preço dos metais preciosos é explicada pelo seu estatuto tradicional de activos de refúgio, permitindo às pessoas preservar a sua riqueza durante períodos de instabilidade política e conflitos armados.


O preço dos metais preciosos depende do dólar, pelo que a atenção dos investidores à prata e ao ouro é impulsionada pela situação económica nos Estados Unidos. As preocupações com a paralisação do governo americano, o sobreaquecimento do mercado bolsista americano e a possível perda de independência do Sistema da Reserva Federal (Fed), que actua como regulador, levaram ao enfraquecimento da moeda americana e ao aumento dos preços dos metais preciosos (escrevemos sobre o impasse entre o governo americano e a Fed aqui).


O interesse pela prata é inicialmente menor devido à sua maior volatilidade em comparação com o ouro. Embora seja um metal subvalorizado há muito tempo, a sua actual estabilidade de mercado deve-se à sua procura industrial, particularmente na produção de veículos eléctricos, painéis solares e redes de banda larga sem fios 5G. O preço da prata é também impulsionado pelos preços recorde do ouro, que se têm mantido em alta há vários anos, e o seu preço elevado pode desencorajar alguns investidores.


De acordo com o Silver Institute, a procura pelo metal irá superar a oferta ao longo do ano. Apesar de uma ligeira queda nos preços dos metais preciosos após os máximos históricos de outubro, os especialistas prevêem que estes se estabilizem em breve, e os preços do ouro poderão ultrapassar o limite psicológico de 5.000 dólares por onça troy.


A mudança dos bancos centrais globais para o ouro como ferramenta de protecção contra os riscos sistémicos marca uma nova realidade, na qual as moedas de papel e as obrigações do Estado já não estão isentas de risco. A preferência está agora a ser dada a activos que não podem ser congelados ou desvalorizados por intervenção regulamentar. O Deutsche Bank estima que o interesse pelos metais preciosos persistirá e que, até 2030, o ouro e a Bitcoin se tornarão as principais reservas dos bancos centrais.

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